------- a coisa-em-mim -------

desaforismos. fábulas sem moral. egotrips. brainstorms.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

eu gosto mesmo é das omoplatas, sim as nossas asas cortadas que transparecem ainda mais nas costas das pessoas magras. aqueles ossos que sobram como restos bonitos quando você se deita com os braços esticados. as omoplatas são fáceis como a água e não menos belas que as coisas mais difíceis desse mundo. as coisas difíceis também cansam. as coisas belas não podem e não devem ser tão/somente difíceis assim. eu quero água - a simplicidade e a verdade fácil de uma mão em forma de concha que se oferece pra matar a sede de alguém. a beleza do que é vivo e é molhado por ser palpável - tudo o que pode ser tocado. a beleza do que cabe em si e cabe no outro por ser flexível e aberto [ah como é necessário me infiltrar nos outros pra não secar em mim!]. os olhos que se abrem como um botão floral, é preciso querer ser afetado e afetar - não mais se exilar pensando no que antecede as omoplatas, o osso agora enfeita a entrada da minha casa orgânica --- como antes, quando tudo era mais vivo em mim.

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