desmundo
foram embora as pessoas e as coisas todas e ficou tudo branco tipo limbo. ficou tudo limpo asséptico, ficou tudo imenso. ficou simples sem as gentes, ficou só espaço. só silêncio, um torpor intenso no fundo do claro. ficou a seta perdida, sem norte, na névoa, na noite fria. ficou só um ponto, sem outro, sem reta nem ponte, sem guia. as pessoas extintas todas sem vestígios, não deixaram restos nem pistas pra onde. ficou o cômodo alvo e ela lá adiante. com os olhos no teto branco da terra que escondia a sorte. com o corpo tonto se debatendo contra a sina da morte. ficaram os movimentos, o corpo rangendo como se fosse nada. sobrevivente ao gelo, cansada faminta desorientada. era o único olho no mundo,
um ente na neve, seu nome --- espécime:
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barata.
1 Comentários:
meus sais, olha o horário...
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