------- a coisa-em-mim -------

desaforismos. fábulas sem moral. egotrips. brainstorms.

domingo, abril 27, 2008

"Nem amigo, nem amante, nem sexo ou comuna hão-de abrigar-me o que nem já a escrita – meus fantasmas calados à ilharga do que vos não escrevo a ninguém, todas as histórias de invenção da palavra verá emudecidas e ainda bem. Não há nada mais para expor. É o tempo do não que nem mesmo qualquer mau humor conjunto ou obra boa pode descrescer. É o lugar do avesso e me descoso de tudo nele. É a colheita do joio, ver uma a uma cortadas e trilhadas em molhe as espigas do cereal que imitei, sem nunca ter amado a metáfora, sem provavelmente ter amado nunca o que quer que fosse senão a esquiva, o esquivado de tudo, a entrelinha, a firmemente sinuosa linha, a escorreita água de aço da verdadeira vida, a por debaixo, a que ainda não, que a outra põe ao rubro, sendo a absurda metáfora só o que tão real parece e é dito, todos vivendo com o bom anjo da convicção escarranchado à ombreira do ombro, à ilharga dos gestos, à beira da fala."

Novas cartas portuguesas

segunda-feira, abril 21, 2008

Malevitch, Quadrado branco sobre fundo branco, 1918

segunda-feira, abril 07, 2008

"Não há nada que um humor inteligente não possa
resolver com uma gargalhada, nem mesmo o Nada."


Armand Petitjean

sexta-feira, abril 04, 2008


Então eu saltaria segurando
aquela corda
presa na superfície fluida
do espaço:
Não sabendo se entendo
ou não entendo,
mas então desentendendo:
"carece é de ter coragem."
Não sabendo se desejo
ou não desejo,
então improvisadamente:
carece sair do vórtice.
São sete sustos contidos
nesse salto,
e não sabendo se certo
ou errado,
enquanto isso me ancoro
num propósito:
sempre despropositado.